sexta-feira, 2 de março de 2012

Criando seres especiais- a arte como terapia- arte em cabaça.

Este Papai Noel, foi pintado ha alguns anos atrás, foi a primeira pintura em cabaça que fiz.



A pintura em cabaça é um trabalho muito especial. Trata-se de dar forma humana, rosto, ninho, seres em diferentes posturas.
È muito interessante olhar a cabaça crua, e pensar: em que ser esta cabaça quer se transformar?
Depois vem todo o trabalho, nada fácil, de lixar varias vezes, pintar varias vezes e desenhar, colocar expressão e postura.
A cabaça é o fruto da cabaceira, e tem muitas utilidades. Os povos indígenas utilizam a cabaça como cuencos ou recipientes para beber água, comer. No nordeste do Brasil é muito utilizada para fazer instrumentos, como, por exemplo, o berimbau, instrumento típico da Bahia. Vemos também a cabaça sendo transformada em instrumentos diversos de percussão.
Mas entre todas as pesquisas, o que mais chamou a minha atenção é o simbolismo da cabaça para um povo que habita uma remota região do interior da África oriental: os dogons. Eles têm um sistema de vida complexo, poderiam ser chamados até de primitivos. Só que possuem um conhecimento muito preciso do sistema estelar Sirius, conhecimento que é transmitido oralmente entre seus integrantes.
A cabaça é símbolo feminino e solar, cujo sistema simbólico é de predominância lunar. È um substituto do vaso de terracota, matriz do Sol, em torno do qual se enrola a espiral de cobre vermelho de oito voltas, que é símbolo da luz, do verbo, da água, do esperma, dos principais fecundantes. O carneiro mítico, primeiro filho do sol, traz entre seus chifres uma cabaça, pintada com o óleo vermelho de as, que nada mais é do que a matriz solar. Esse carneiro, representação do principio água-terra, fecunda a cabaça-matriz por meio de um falo que se ergue sobre sua testa. O Nommo, deus da água, grande demiurgo dos dogons, apresenta-se as vezes na terra sob a forma de uma cabaça. A família das plantas associada ao cabaceiro está ligada ás noções de espaço, de extensão e de comercio; a cabaça é a imagem do corpo inteiro do homem, e do mundo em seu conjunto.
(Esta cabaça recebeu o nome de Rosinha, toda doçura e calidez!)

Outro povo, também as África, de Mali, que tem na sua simbologia a cabaça, é o povo Bambara. Entre eles, a cabaça, é símbolo do ovo cósmico, da gestação, do útero em que se elabora a vida manifestada. Os bámbaras chamam ao cordão umbilical a corda da cabaça da criança.
Eu, pessoalmente, considero a arte em cabaça muito especial. Chamo esta arte de: “criando seres especiais”. E tenho total convencimento que quem pinta e cria na cabaça, se encontra de frente com a natureza, que sem dúvidas, será a imagem de parte do seu Eu dentro do espaço infinito do seu Universo interior.

(Chamo esta cabaça de Anita, transmite paz, timidez, sabedoria, cautela, silencio que é tão importante para colocar as ideias no lugar!. Por que Anita? me lembra muito a minha querida amiga Anita San, por quem tenho muita admiração e respeito)




Madame Virgin: puro glamour!!


Cada um de nós pode criar seres especiais.
Proximamente estarei divulgando a data do workshop "Criando Seres especiais", onde cada pessoa poderá iniciar seu processo de transmutação de energias a traves de varias técnicas de pintura utilizadas para criar um Ser Especial.
Criando seres especiais-a arte como terapia-arte em cabaçaAguardem!